A história do UFC
Imagem cedida por Josh Hedges Ultimate Fighting Championship Publicidade do primeiro evento de UFC |
Davie lançou a idéia de um torneio de artes marciais no grupo de entretenimento Semaphore (Semaphore Entertainment Group - SEG). Nesse torneio, especialistas em diferentes disciplinas das artes marciais se enfrentariam mutuamente para determinar qual o melhor estilo de luta. Segundo relatos, foi um dos empregados da SEG, chamado Michael Abramson, que usou pela primeira vez a expressão "O Campeonato de Vale-Tudo (The Ultimate Fighting Championship)". Em 12 de novembro de 1993, o SEG estreou o primeiro evento de UFC. Mais tarde, o evento seria conhecido como UFC 1.
O evento era organizado como um torneio (a maioria dos primeiros eventos de UFC seguiam esse padrão). O vencedor de uma luta era deslocado pela regra do torneio para enfrentar outro competidor. Davie designou alguns lutadores como alternativas, caso alguém ficasse incapacitado de continuar. O torneio apresentava mestres em caratê, boxe tailandês (kickboxing), boxe, jiu-jitsu e até mesmo em luta-livre de sumô. Royce Gracie, o irmão mais novo de Rorion, acabou vencendo o torneio depois que prendeu Gerard Gordeau com um mata-leão no embate final.
O evento foi um sucesso e o SEG imediatamente planejou novos torneios. O SEG resolveu conservar o nome Ultimate Fighting Championship e designou quase todos os eventos futuros seqüencialmente (UFC 2, UFC 3, etc).
Ex-campeão do UFC Royce Gracie | Atual astro do UFC Ken Shamrock |
Ultimate Fighting Championship
O confronto entre estilos enfraqueceu gradualmente. A maioria das lutas terminava no chão e muitas disciplinas apresentadas nos primeiros eventos de UFC não tinham foco nem treinavam a luta no solo. Royce Gracie venceu três dos quatro primeiros torneios, provando que a luta no solo era necessária para que se obtivesse sucesso. Os lutadores começaram a se adaptar, a expandir os respectivos repertórios de estilos e a incluir elementos da luta livre e de sujeições. Os eventos tinham poucos faixa-preta de artes marciais. O UFC logo descobriu que a faixa preta não significava necessariamente que seu usuário fosse bom lutador.
No começo, o UFC tinha eventos nos estados americanos que não possuíam comissões atléticas, tendo em vista evitar as regulamentações. Também não havia juízes. Mesmo depois da chegada dos juízes aos eventos, continuava a falta de parâmetros claros para julgamento de uma luta. Os juízes não podiam parar a luta, deveriam apenas se assegurar de que as poucas regras existentes fossem seguidas e testemunhar as desistências. Felizmente, o UFC deu autoridade aos juízes para interromper as lutas depois dos primeiros eventos.
Exceto pelo UFC 9, que apresentou uma série de lutas isoladas, todos os eventos do UFC desenvolviam-se como torneios até o UFC 18. Desse momento em diante, com exceção do UFC 23, todos os eventos passaram a apresentar lutas isoladas, os lutadores não precisavam mais se preocupar com várias lutas em uma mesma noite.
De acordo com Dana White, a evolução do UFC foi aleatória, pois nunca foi intencional. "Aquele espetáculo, o primeiro Ultimate Fighting Championship, deveria ter sido o único. Entretanto, foi tão compensador no pay-per-view que decidiram fazer outro, e depois mais outro. Nunca, nem em um milhão de anos, pensavam estar criando um esporte".
Gradualmente, o UFC introduziu mais regras e restrições, tanto para apaziguar os críticos como para modelar as artes marciais mistas ao formato de legítimo esporte. Infelizmente, nessa época, o SEG estava passando por dificuldades financeiras. Do UFC 23 ao UFC 29 o SEG ficou ameaçado de falência. Como resultado, o SEG não pôde mais arcar com o lançamento dos eventos em vídeos caseiros.
Agora virou febre, mas vale lembrar a Rapaziada que tudo tem limite.
Alexandre A.
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